Descrição
Era uma vez uma Jovem que sonhou um dia, numa noite escura, que já era mulher. No seu sonho ela se olhava num poço e, no fundo dele, encontrava uma Princesa triste passeando num vale. A Princesa caminhava devagar, estava descalça e seus pés estavam feridos. Caminhava e, de pouco em pouco, apoiava-se em si mesma, esfregando as mãos pelo rosto e cabelos. A Princesa falava sozinha e dizia que amava um pássaro cantor. A Princesa estava exausta, mas não conseguia parar, não conseguia dormir.
A Princesa que conseguiu virar moça comum é um livro surpreendente, uma fábula contemporânea que conta a história de uma princesa que sai do seu reino para curar seus medos e virar uma garota que tem a coragem de ser ela mesma. A autora do texto, Deise Abreu Pacheco, escreveu a primeira versão desta história há trinta anos, quando leu uma manchete em uma revista: “menina feia quer ficar bonita”, um título que evidencia a busca por padrões (não apenas estéticos) e que acabam afetando muitas meninas (e meninos) que crescem com medo de não atender expectativas.
A princesa desta história enfrenta uma jornada cheia de perigos e surpresas em busca da superação dos seus medos e, neste caminho, encontra personagens peculiares, como um pássaro cantor que também tem seus medos, uma sábia tartaruga e um senhor que só sabe fazer perguntas até, finalmente, se tornar uma “moça comum”, invertendo a ordem das “representações limitantes sobre quem somos e o modo como nos vemos.”
A Princesa que conseguiu virar moça comum é ilustrada por Ana Cláudia Romano Ribeiro, que curiosamente também tinha desenhado uma menina “imperfeita” há trinta anos e antes de conhecer a Deise: “o desenho era e ainda é minha forma de romper com o que é seguro, um jeito de ir para lugares desconhecidos e voltar a ver como quem está em viagem.”
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Ana Cláudia Romano Ribeiro cria e desenha as tirinhas de A vida de Deise (Hucitec, tomo 1- 2022 e tomo 2 -2024). É professora de literaturas de língua francesa no Departamento de Letras da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Publicou O fragmento de Safo e outros poemas (Urutau, 2023), A casa das pessoas (poemas, 7Letras, 2023), Sol talvez seja uma palavra (com o coletivo Anáguas, 7Letras, 2022) e Ave, semente(desenho e poesia, Editacuja, 2021).
Deise Abreu Pacheco cocria as tirinhas A vida de Deise (Hucitec, tomo 1 em 2022, tomo 2 em 2024). Publicou Começando Albertina : nossa vida no armário nos anos 90 (Editacuja, 2023). É graduada, mestre e doutora (FAPESP/Capes) pela ECA-USP, com estágio doutoral no Søren Kierkegaard Research Center, da Universidade de Copenhague. É autora do livro Assistir e ser assistida: via e limites de uma estética existencial. Um percurso por escritos de Søren Kierkegaard (Hucitec, 2021). Faz parte do corpo docente do Instituto A Capivara Cultural.